botanabateira

A propósito dos parabéns e deste dia que foi de despedida no funeral do TóZé, vieram à memória cerca de 22 anos de actividade. Do tempo em que me estreei na rádio com o Luís Miguel até à transição para outro tipo de registo. Primeiro o choque "racional", a filigrana na forma de fazer as coisas e ler os acontecimentos. Depois as ligações ao público, aos clubes (jogadores, treinadores e dirigentes) e ao espectáculo que eles davam. A valorização do mensageiro chegou com esta combinação que o Tózé trouxe. Mudança difícil devido à tal raíz da "racionalidade" e da suposta isenção e de uma forma de estar muito independente. No dia em que um deles partiu, cá fica um agradecimento aos dois pelas duas etapas e a tantos outros que por cá passaram ou vão passando. No caso do Tózé porque ensinou que não há, nem pode haver futebol ou relações humanas sem emotividade. Em termos profissionais foi mestre. Em termos pessoais, tudo fica resumido na frase que dizia no fim de cada contacto. "Até amanhã meu irmão".

Aos 40 anos e depois de alguma tormenta no Verão passado, o guarda-redes francês (já um verdadeiro Tuga) conseguiu acabar a época na baliza do Beira-Mar para o que pode ser uma despedida em grande. O título e a subida ficam para a história e o rapaz que chegou de França para representar o Beira-Mar poderá estar a terminar a caminhada no local onde começou: em Aveiro, à grande e à francesa. Prémio merecido e que deveria abrir caminho a outra vida. Talvez no mundo dos negócios. Talvez no dirigismo. Onde se sentir bem e puder dar contributo pela experiência acumulada e por uma mentalidade profissional que ainda vai escasseando por cá.